
Fotos de Cristina Coral
Ao longo desta caminhada de desenhar e desenvolver o meu guarda-roupa ideal, um estilo, um ser, uma vida, de forma sustentável, autentica, consciente, única, apercebi-me que teria que existir a partir de mim e comigo mesma uma evolução, uma mudança!
E essa mudança significa, eu estar consciência e me responsabilizar pelas minhas escolhas, pelas minhas opções, pelas minhas atitudes. E para isso eu tenho que ser honesta, sentar-me comigo mesma, e ouvir-me.
E com estas minhas perguntas internas, estas reflexões, pensamentos, fui descobrindo uma prática que está a ter um impacto muita importante na minha vida, a prática e a virtude de apreciar ter estes diálogos comigo mesma, estar em paz, serena comigo própria e permitir-me pensar em mim, ouvir-me com carinho, cuidar-me, ser minha amiga.
Fui descobrindo o verdadeiro conceito da palavra solitude, a prática da solitude passou a ter um significado para mim, e comecei a entender porque todos os modelos de inspiração e instigação ao autoconhecimento sugerem sempre a prática da meditação, de encontro connosco próprios, era isso! era esta prática de estar comigo, calma e serenamente, sem julgar, sem criticar, apenas estar atenta ao que digo sobre mim, que poderia estar a ferramenta ideal e lógica para a minha evolução, para a minha mudança.
Repara! estar comigo, gostar da minha companhia, ouvir-me, cuidar-me, não é abrir mão de estar com os outros, de me comunicar, relacionar e conectar com os outros , mas escolher e criar espaço e tempo para estar comigo, atenta às minhas vozes internas.
E isso é muito importante, pois acredito que os pensamentos mais reais, mais profundos acontecem quando nos permitimos a estar sozinhos e bem connosco próprios, sem receios, sem criticas, sem julgamentos, sem identificações, modelos, estereótipos, sem a necessidade de replicar ninguém, replicar formas de vestir, formas de ser, atitudes, reacções, pois nessa replicação, imitação, tira-nos a nossa singularidade.
E chegar à conclusão clara que por vezes não somos nem sequer conscientes nem amigos de nós próprios, é crucial. Se não somos nós os primeiros a nos conhecer e ser amigos de nós próprios quem esperámos nós que seja?!
Reflete e redefine para ti esta questão de estar sozinho, sem necessariamente sentires a angustia de uma certa solidão, pelo contrário, sentires-te cheio por estares sozinho!
E acredito mesmo que esta prática é o primeiro passo para a descoberta da nossa singularidade!